Enquanto muito se fala sobre a proteção da pele contra os danos da radiação solar e o envelhecimento precoce que ela pode causar, pouca atenção é dada à luz emitida pelos nossos fiéis companheiros tecnológicos, como celulares e computadores, que se tornaram parte integral do nosso cotidiano.
Primeiramente, é fundamental compreender o que é exatamente a luz azul. Conforme a Dra. Andrea Bannach, médica dermatologista, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia e gerente médica da franquia de dermatologia no Aché Laboratórios, a luz azul é uma das partes da radiação que compõem a claridade, ou seja, a luz que é visível aos olhos. "Nossos olhos são capazes de distinguir diversas cores e tipos de radiação dentro desse espectro visível. Portanto, a luz azul é apenas um dos seus componentes, sendo emitida tanto pelo sol quanto pelos dispositivos eletrônicos que usamos diariamente", esclarece.
Luz azul faz mal?
Segundo Andrea, a resposta é sim. A luz azul tem uma ação oxidante sobre a pele, o que significa que ela induz a produção de radicais livres, moléculas que comprometem o funcionamento normal das nossas células, resultando em uma deterioração da saúde da pele. "Isso pode desencadear uma série de problemas, como perda de colágeno, alteração na estrutura e função das fibras elásticas e a desregulação na produção e distribuição da melanina, levando ao surgimento de manchas. Todos esses mecanismos aceleram o processo de envelhecimento e favorecem o aparecimento de irregularidades no tom da pele", explica a especialista.
Contudo, a dermatologista destaca que, quando comparada à radiação solar, a luz emitida pelos dispositivos eletrônicos é menos prejudicial para a pele. Isso ocorre, em parte, devido à menor quantidade de radiação emitida por esses aparelhos, bem como ao fato de que eles não emitem radiação ultravioleta A e B, que são as mais nocivas para a pele.
Andrea esclarece que os danos causados à pele pela luz dos eletrônicos seguem um padrão: quanto maior a fonte emissora (ou seja, a tela do aparelho eletrônico), maior a quantidade de luz que atinge a pele e, portanto, mais prejudicial é. Além disso, a distância em relação ao dispositivo também é um fator importante, pois a proximidade com a fonte luminosa concentra ainda mais a exposição, aumentando os danos.
Como proteger a pele da luz azul?
A Dra. Andrea recomenda manter uma distância segura das fontes emissoras de luz azul, uma prática que também beneficia a saúde dos olhos, uma vez que a exposição excessiva pode contribuir para a formação de catarata e degeneração macular. Além disso, é essencial utilizar protetor solar com eficácia comprovada contra a luz visível e óculos de sol para proteger os olhos.
Protetor solar contra luz azul
Em relação aos protetores solares, a especialista diz que, para luz visível, a recomendação geral é o uso de protetor solar com cor. "A principal substância que se sabe que tem ação de proteção contra luz visível é o Óxido de Ferro, que é utilizado em alguns protetores". Apesar disso, é importante sempre ler o rótulo do produto para saber se oferece esse tipo de proteção.
A luz azul pode ser benéfica?
A profissional esclarece que, apesar dos potenciais malefícios, a luz azul não é apenas vilã, pois desempenha um papel fundamental na regulação do nosso relógio biológico. "Nosso organismo identifica que, durante a noite, com a diminuição da exposição à luz, é hora de dormir. Portanto, é importante, inclusive, manter uma rotina de higiene do sono, evitando exposição a muitas telas próximo do horário em que se pretende dormir", conclui a Dra. Andrea Bannach.
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